segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Erros na enfermagem- responsabilidade de quem?


Ricardo Boechat, no Jornal da Band, como sempre, com um comentário apropriado, no momento certo... por mais que doesse em mim ouvir sobre o fato de um erro de um colega de profissão ter levado uma pessoa ao óbito (sobre o caso da estagiária em enfermagem que aplicou leite com café na veia de uma senhora) ... o comentário foi o seguinte: "... a responsabilidade de fiscalizar se as estagiárias estavam ou não sendo supervisionadas é do Conselho Regional de Enfermagem ou do Conselho Federal de Enfermagem, que devem, principalmente, fiscalizar os CURSOS de enfermagem superior e técnicos que estão "jogando" no mercado profissionais muito mal preparados"...
Gente, doeu, mas infelizmente, não posso discordar dele que ainda relembrou outros casos do mesmo tipo ocorridos há pouco tempo.
MEC e os Conselhos de Enfermagem são sem dúvida os principais responsáveis SIM!
Escolas técnicas e de ensino superior em enfermagem estão recebendo e repassando pessoas que mal sabem escrever, não tem o mínimo de vocação e estão onde estão pelo simples fato de "na saúde não falta serviço!"... isso tudo agravado pelo descaso e desvalorização destes profissionais que necessitam ter, no mínimo, 2 a 3 empregos para colocar comida na mesa... trabalhar em locais que mal oferecem condições sanitárias de atender os pacientes (tem lugar assim em RP)...
Para quem não sabe, o piso de um profissional de enfermagem de nível SUPERIOR é de menos de R$1,3... e de um técnico é MUITO MENOS que isso.
Lidamos com vidas, não com papéis!
A reforma deve ser GERAL e tem que partir do ensino sim.
Permitir a abertura desenfreada de cursos de níveis técnicos e superior na área da saúde é uma questão de MERCADO que consequentemente reflete na qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde.
Todos erramos, todos temos defeitos, mas , para NÓS, profissionais da saúde, muitas vezes, esses erros custam VIDAS.

Acontecimentos como esse vem dando os sinais de alerta, porém, cabe ao MEC e Conselhos de Enfermagem as providências.

A partir do momento que a saúde vira comércio, VIDAS viram negócios.

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