Por Rubia L. de P. Andrade
Quando se aposta num jogo, o principal objetivo é ganhar. Em alguns casos, a aposta é alta e em outros, um pouco mais modesta. No entanto, em todos os casos, a vontade de ganhar é diretamente proporcional ao tamanho da aposta. Às vezes, iniciamos perdendo, mas continuamos jogando, afinal de contas, precisamos recuperar o nosso “investimento”. Durante o jogo, ficamos expostos aos olhares e opiniões alheias, e, dependendo da nossa permissão, elas podem ter muito peso na nossa próxima jogada ou na nossa próxima aposta. Lógico.... no final do jogo, alguém sai ganhando e não vai faltar gente pra aplaudir a sua vitória ou a sua derrota, sendo que esta nunca faz parte do seu script. Na tentativa de mostrar que você está sempre pronto para a batalha, você aposta de novo e se expõe a todos em sua volta, gritando “TRUUUUUUUUCO”. Você pensa que a vitória está certa, mas novamente o seu adversário blefa e você fica na dúvida se “pede 9” ou “corre” com 7 S2 (leia-se copas ou corações – a escolha é sua) na mão.
Assim também acontece nos relacionamentos. Você pode ganhar ou perder, no entanto, o valor da sua aposta e a altura do seu grito é que vai te trazer mais ou menos sofrimento/orgulho ferido/vaidade abalada.
Você pode achar que sou contra apostas num relacionamento. Pelo contrário, sou totalmente a favor, mas desconfie quando já estiver apostando alto demais. Aaah... como eu gostaria que as pessoas entendessem a profundidade disto – uma aposta alta em um relacionamento é muito mais que uma aposta em dinheiro. Neste caso, você coloca em jogo sua vontade própria, sua auto-estima e as pessoas que mais gostam de você (sua família e seus amigos) em nome do “grande amor da sua vida”. Aos poucos ou muitos choros e tempo depois, você percebe que este amor não era tão grande assim e que o amor verdadeiro não pede muito. Na verdade, ele pede apenas “verdade”, tanto de você para com você (chega de se enganar!!!), como de você para com o seu parceiro e vice-versa.
Prefiro não entrar no mérito e muito menos nos meandros da dor que me fizeram chegar a esta conclusão, afinal de contas foram muitos jogos perdidos (muitos deles com um mesmo adversário) e além do mais, seria preciso gritar novamente, porém neste caso “EU PERDI” e esperar os aplausos da galera....
Para finalizar, sem choros e chorumelas, aceitar a perda requer humildade.... E, antes que eu me esqueça.... onde foi mesmo que deixei as minhas fichas??
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