quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O CONSUMIDOR NO BANCO DOS RÉUS

TEXTO PUBLICADO NA REVISTA EVIDÊNCIA TOP DE OUTUBRO DE 2011



Economia aquecida, crédito facilitado, empréstimos sem burocracias. Até poderia tratar aqui da inadimplência, da compulsividade por comprar, da falta de controle financeiro, mas não leitor, vou falar é da falta de respeito com o consumidor.
Diariamente leio e escuto reclamações referentes às empresas e produtos, dentre os mais diversos possíveis, principalmente, no que diz respeito ao atendimento ao consumidor, o não cumprimento de contrato, prazos e garantias. Com toda certeza isso não é privilégio meu, afinal, pelo menos uma vez na vida, cada um de nós passou por algum inconveniente do tipo, não é mesmo?
Dias atrás, chamou atenção uma foto que circulou nas redes sociais, em que um consumidor insatisfeito colou no próprio carro (carro esse que era de uma dessas marcas “ORICHINAIS”) o número de seu telefone celular com os seguintes dizeres: “Não valeu a pena! Pergunte a minha opinião”. Um verdadeiro protesto, no mínimo inusitado, para chamar a atenção dos demais. Fico imaginando por tudo que este cidadão passou para ter essa atitude.
Infelizmente, o desrespeito ao consumidor não é peculiaridade da tal marca de automóveis lá do “oriente”. Em diversos segmentos é isso que se vê, é isso que se sente na pele. Enquanto nós, consumidores, estamos lá, indecisos e ansiosos com o que vamos comprar, o tratamento é um (só falta te pegarem no colo), entretanto, a partir do momento em que você tira o produto/mercadoria da loja e/ou contrata o serviço... ah! Caríssimos, daí é melhor rezar.
Garantias prorrogadas, garantias da loja ou o “qualquer probleminha você volta que nós resolvemos”... não caía nessa! Essas promessinhas eles (vendedores) aprenderam em algum horário eleitoral gratuito (afinal, é gratuito!). Assim, eu cheguei a uma conclusão: quem deve ir para o banco dos réus é o CONSUMIDOR!
Na maioria das vezes as coisas se tornam um imbróglio tão grande que é assim que nos sentimos, não é? Em alguns casos, as empresas têm um poder de convencimento tão grande que o consumidor sente até vontade de ajoelhar-se e pedir perdão por reclamar de um produto pelo qual está PAGANDO.
Por muitas vezes os casos tornam-se tão sérios que o consumidor já espera sair algemado da “audiência” no PROCON, afinal, onde já se viu o “culpado” reclamar do que ele mesmo comprou?
De um lado informações desencontradas, distorcidas, atendentes despreparados e acima de tudo, a famosa “cara-de-pau” de alguns em querer levar vantagem sobre o outro. Por outro lado, angústia, humilhação e nervosismo por parte daquele “culpado” que não quer nada mais, nada menos que o seu problema seja resolvido.
No entanto consumidor, apesar de ser o “culpado” por ter comprado tal produto ou assinado tal contrato, trancafiar-se em uma prisão sem nem mesmo ter sido julgado, sem nem mesmo ter recebido a sentença definitiva, não é a melhor solução.
Mesmo “culpado”, sinta-se no direito de recorrer, “com total liberdade”, atrás das garantias que lhe são devidas. Rebele-se contra os oportunistas! As empresas têm que saber o poder que tem uma “rebelião” de “culpados”.
Ficar “algemado” não vai resolver nada e se te colocaram na “cadeira dos réus”, levante-se e mude-se para a bancada da acusação, armado de todas as provas.
Detalhe: isso não é um texto de auto-ajuda. Não tenho esse “dom”.

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