sexta-feira, 10 de maio de 2013

DEPENDE: NA CONTRAMÃO DAS COISAS

Publicado no Jornal O Guaíra em 09-05-13

Por Maria Eugenia Firmino Brunello


Mesmo com a impressão de que tudo está indo rápido demais, resquícios de séculos atrás ainda parecem entraves imóveis para a sociedade atual. Muito se avançou no conhecimento das coisas, porém, ainda nos desentendemos por assuntos tão antigos. O “estacionar” de ideias e pontos de vista tornam-se verdadeiros empecilhos para o progresso social.
Vemo-nos em meio a discussões e conflitos religiosos que ainda são estopim de guerras pelo mundo e vem ficando cada vez mais explícito no Brasil, tão conhecido, até então, como o lugar onde todos se aceitam e convivem bem. Balela? Acredito que sim. As discussões religiosas no país laico (segundo a constituição), atualmente, extrapolam os muros de igrejas e salões para arraigar campanhas políticas e ditaduras comportamentais. Já devíamos ter superado isso? Acho que sim, também.
O mesmo Filho de Deus que expulsou do Templo os comerciantes (não estou inventando, está na bíblia) piraria se presenciasse o que anda acontecendo dentro de estabelecimentos “santos” e que usam Sua palavra para atrair fiéis.
O mesmo “in-progresso” se percebe quando o assunto é meio-ambiente. Os mesmos governos que hoje levantam a bandeira da sustentabilidade incentivam, por exemplo, a compra de carros em detrimento ao transporte público, a fim de incentivar o consumo e favorecer a indústria. Ora, mas que preocupação é essa que sobrepõe o econômico ao sustentável? Difícil compreender tal lógica “verde” de proteção e exploração do meio de forma mais racional.
Já no setor de questões sociais, a impressão de andar pra trás é bem mais nítida. Hoje em dia, por exemplo, ficamos presos em casa, protegidos por grades, cercas elétricas e câmeras de segurança, enquanto a lei permite que condenados por crimes recebam como prêmio de “bom comportamento”, a liberdade (chamada indulto) em datas comemorativas!
Como não acreditar na “involução” social, governamental e judicial quando nos deparamos com presídios lotados sendo construídos por toda parte e escolas com alta taxa de evasão, sem professores e investimentos? Como acreditar no discernimento humano se o “quadradinho agora é de 8”?!
São muitas perguntas sem resposta, além dessas destacadas aqui, outras tantas. O fato é que ainda não superamos algumas coisas, não deixamos de evoluir, mas sim, evitamos refletir, aceitar, tolerar e a última pergunta que fica é: será que demoramos mais pra evoluir cultural e moralmente ou realmente estamos indo na contramão das coisas?  

Nenhum comentário:

Postar um comentário